Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas

Nildo Viana mostra como em cada época do capitalismo emergem paradigmas hegemônicos que possuem uma força quase irresistível sobre as mentes e que o mundo das ideias é uma grande Matrix no qual os indivíduos estão presos, mas julgam que são livres e autônomos. Os dominantes dominam as mentes dos dominados e os convencem da inexistência da dominação. A história do saber complexo é longa e marcada por muitas mutações. A presente obra trata disso mostrando que em cada época do capitalismo, caracterizado por um determinado regime de acumulação, emerge um paradigma que domina as mentes e se impõe com uma força quase irresistível, sem que os indivíduos tenham consciência disso. Nildo Viana mostra que existe um modo de pensar, uma forma assumida pelo pensamento, que se manifesta em distintos conteúdos, ideologias, etc., que é hegemônica em cada período do desenvolvimento capitalista. Assim, o autor analisa o iluminismo, o romantismo, o positivismo, o organicismo, o vanguardismo, o reprodutivismo e o subjetivismo, como paradigmas que foram hegemônicos e mostra as raízes sociais e interesses vinculados a eles, desvendando suas determinações. O autor não se limita a mostrar o processo de constituição social por detrás da produção dos paradigmas, mas focaliza estes e busca trazer à tona seu significado e sua força, ultrapassando o pensamento científico e filosófico e exercendo influência na produção intelectual em geral, inclusive nas artes e representações cotidianas. A leitura dessa obra serve para destruir certezas e mostrar aos indivíduos que suas ideias não são suas, pois elas são determinadas socialmente. A ilusão contemporânea de “autonomia” e de “criação das próprias ideias” é destruída com a demonstração de que existe todo um processo social que gera um paradigma que as pessoas reproduzem espontaneamente e sem ter consciência disso.


VIANA, Nildo. Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas. Curitiba: CRV, 2019.


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